12 de janeiro de 2022

Sentimento emaranhado

A barriga cheia de palavras embaralhadas,

Que comprimem mecanicamente qualquer fluxo até então vigente,

Isquemia e, por conseguinte,

Necrosa a volição.


O nó faríngeo deglutido,

Que permanece intocado,

Inabilita qualquer sentido.


As palavras sofrendo para serem ditas,

Tentando expressar algo reprimido,

Violam o cerne íntimo.


A monotonia deflagrada,

Inusitada,

Postulada,

Escorre,

E me mostra que sozinho,

A vida não faz sentido.


Enquanto aguardo em silenciosa sofreguidão,

Esperando melancolicamente o tempo passar,

Vou romoendo todo sentimento,

Todo desejo,

De dizer o que anseio,

A quem anseio,

O que não disse antes.


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