14 de janeiro de 2022

Sensação infinda

A névoa mental instalada que percorre veias e tributárias transmutando sem sentido um calafrio de medonhas criaturas. Se alojam e circulam livremente por dentro da cárdia envolvendo todo segmento, trazendo pra si a sensação infinita da indiferença que nauseia. E não passa. O dia todo nesse cotidiano, o platô invisível que atingi não transborda. Sensação de um eterno vazio, que se preenche de ruminações e obsessões. Num fractal ilógico, conexões até então presentes, são desfeitas, subitamente. A perda da continuidade floreia. A falta surpreende, enche o peito, queima por dentro. O fogo constante que incendeia e carboniza, deixa cinzas pela trilha. As pernas atáxicas e inquietas, o gozo da tristeza pelejando pela face de encontro a saudosos lábios marejados. A vontade constante da viagem temporal culmina na psicotização daquilo que poderia sim. O pensamento delirante entrecortado por lapsos de sobriedade confunde o límbico, que extravasa remorso e mutilações. E neste dogma criado internamente, os pedaços do que já fui se dissolvem com os olhos que essa terra há de comer.

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