17 de dezembro de 2021

Sudorese

Inconstante,

Que vai-e-vem,

Num reflexo inesgotável,

De uma sensação implosiva,

Que de gota em gota,

Brota e

Escorre pela garganta.


O amargo deglutido,

Seca a via,

O ar,

Mas deixa molhar.


O tremor, 

O suor,

A angústia anarquista, 

Que de tanto tentar,

Num segundo de silêncio,

Conseguiu sem querer,

Trinta minutos só se vendo.


E assim acabou,

Num suspiro breve

De um sonoro requiem.

16 de dezembro de 2021

Partido só

Sem saber o que esperar,

Partiu.

Sem querer,

Mas partiu.

Deixou aquele, 

Que nada queria,

Sem nada.

Sem palavras,

Sentidos,

Sem ele mesmo.

E só, se acostumou,

Mais uma vez,

Com o nada.

15 de dezembro de 2021

Escorre em veias latejantes

E vai criando abismos,

Crateras,

Feridas.


O monótono expõe o que encoberto estava.


O silêncio imutável,

Lancinante,

Inesperado. 

Flagelou.


A carne fria,

Sem fluxo,

Sem vida,

Sangra.

Um líquido fosco,

Amargo,

Viscoso. 

Coagula qualquer vontade latente.


Paralisa,

Te sufoca,

Sem entender,

Porém, 

Que culpado não tem.



8 de dezembro de 2021

Punhos cerrados


A corrente quebrou

Os elos caíram 

As amarras soltaram

Os punhos cerraram

De não saber já quem mais era

Por nada querer

E querer o nada.


O chicote que flagela

Que num estalo de segundo

De revolta

De vingança

Contra ataca

Fere a carne

Sem sentir.


E ao final

Sobra um livre

E cansado abjeto

Que de nada querer

Nada tem.

25 de novembro de 2021

Do Silêncio

Do caos a lama,

Da lama ao banho,

Nu em minha frente, 

Escorre a água,

Limpa,

Molha,

Enxágua.


As palavras ditas, 

Secas,

Lacônicas,

Marcam pele e alma.


A volta do silêncio,

Sem fim,

Chegou.


Acostumado com o caos,

Num estranho contentamento,

De suaves gotas de sangue,

Que escorrem,

Mancham e

Me lembram:

- Se sangra, vivo está!

10 de março de 2021

E... S A N I D A D E?

 A sensação a flor da pele,

Os pelos ouriçados,

As borboletas no estômago

E um falso sentimento excluso.


A posse, a fome, perdidos.

A náusea já presente, 

E auto-confiança insuficiente:

E... s a n i d a d e, tem?


O sanatório mental se confunde.

Os sentimentos outrora esquecidos, 

Ressurgem: 

Um falso sentimento incluso,

Me engano.


Num looping sem fim,

De um anagrama confuso, 

A insanidade põem fim;

A qualquer sentimento, enfim.


Se não sente, não sofre.

Se tu mente, sigo em frente.