15 de fevereiro de 2015

Aventura ascendente

     Jussara transformara-se; tornou um copo de gim. Misturou com uisque. Fumou, esqueceu, tomou. A lua tomou seu mundo, sua imensidão iluminada por um sol escondido. Crateras. Montanhas, montes, vermelhos. Linhas verdes e vermelhas conectando-se, tornando-se uma. Várias e variáveis formas; diversas perspectivas, diversos universos, paralelos; de uma realidade escondida. Preservada. Da ignorância.
      Olhou para o infinito, ocluído pelo horizonte. Descoberto pela lisergia de um cérebro. Pela imensidão da conectividade entre pensamentos, então, perdidos. Entre névoas e obscuridades advindas de um subjetivo instrínseco. Clarões obscuros, cegando a paisagem; faces, caras, perversos. E uma risada ecoando; o mar gritando. Grilos, grilando. Sons inacabáveis da natureza, criada pela Natureza. Rica.
     Voltou. Olhou ao redor, obteve seu paradeiro.
     Árvores em formas animalescas, suas símiles ecoando sobre mim. Histeria. Sons, sons, do mar e d'outros animais, gritando; expelindo suas angustias, suas dores.
     Nasce o sol, um clarão eclodindo. Jussara estava sentada atordoada. O sol dominando sua visão; raios nascendo em direção ao novo Mundo. Governado pela paz, trazido por pensamentos coerentes e lógicos, criados por uma realidade experimental, adquirida empiricamente pela acidez do momentos. Uma acidez que adocica a mente, e enaltece pensamentos tangentes, até então longínquos.
      É essa a verdadeira realidade, e não a redoma social em que as outras formigas estão submetidas. Coitadas.