As vezes na calada do dia
As palavras turbulentas de um longo dia corrido
Pelas estreitas vielas que percorri
Pelos bilhões de grãos que roçam entre si
Um mero riso ou palavra de alento
O que é precioso
Visível,
Amável,
Se choca.
Transmuta apatia
Dilata a dor
E de uma forma nunca antes sentida
Se completa.
As vezes pelo passar do tempo as coisas renovem,
O sentimento retorne,
Na plenitude
Incompleta.
Mas escancara e derrama
Desprezo
Sem peso na consciência,
Sem titubear.
E as palavras embargadas vomitadas
Sem sentido,
Sem conseguir,
De forma alguma,
Expressar o sentimento.
Nesse jogo incessante, que há 30 anos venho jogando,
Sozinho,
Ainda não descobri quem sou,
O que sentir,
Como expressar,
Como saber se o que sinto é o que sinto,
Ou o que queria sentir.
Nesse labirinto salgado
Que escorre pelo zigomático,
Com olheiras cinzentas,
Nariz ruborizado,
As junções mentais se confundem,
E trucidam qualquer sentimento.
Mas que sentimento?
Se me disseram que não tenho nenhum?
Aquele guardado,
Protegido,
Pela carcaça dura
Escura
Que parece indestrutível
Mas esconde uma terrível,
Grande,
Incontrolável,
Sensibilidade
Nenhum comentário:
Postar um comentário