31 de janeiro de 2022

A calmaria apática do hiato

Engraçado que o caos mental me permite divagar quilômetros de palavras que soam sem sentido, mas fazem todo. Essas ideias hibernadas apenas florescem em meio a sofreguidão. Por isso não vivo de arte. Fico pensando como seria a obrigação de escrever, desenhar ou sentir em momentos de calmaria. 

A espera confusa pelo platô instiga pensamentos invasores que, por conseguinte, compõem a salada de palavras lógica. Nessa implosiva sensação a malícia se perde, os reflexos se abolem e você se acha num labirinto inconstante. 

A tormenta passageira da lugar a um sereno hiato mental. A busca pelas palavras, a apatia aparente e a avolição presente se tornam uma, camuflada de plenitude. E você vive dela, nela e por ela. Achando que a tormenta criada por si deixou de existir. Mas ela está ali, carente, esperando o momento cíclico para voltar atormentar.

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