24 de novembro de 2011

Um outro Werther

Sou como o Werther, só que ao contrário. Vivi num opróbio, não minto, mas hoje rio de seu frontispício. Não choro, nem me matarei por sua causa. Carlota, querida, você não é nada comparado ao que foi um dia. Que vergonha. Teu simulacro descabelado e desdenhoso. Quanta vergonha! E finge que vive numa perfeita vida, mentirosa! Sua falsa, dizia que amava a todos, que injúria. Não me importo, sua tola.

Perniciosa e boba, sente como se fosse a única. Você é única, como sou. Cai, levanta, e finge que nada aconteceu. Medonha. Nessa sua empáfia escaldante e cínica, você canta. Melodias secas e tristes, que nem significados têm.

Morosa, tenebrosa, de verdade. Sou um monstro, como tu és. Todos somos, não é? Na bagana que teu vil insiste em me queimar, vou-me rindo, de vocês. Adernado, levantado, liquidado e lampejado sigo o longo caminho que me espera. Guiando-me para uma relva de sinecuras antagônicas. Eu espero, pacientemente, enquanto ando passos largos por trilhas curtas e estreitas, como teu coração, rançoso.

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